Prematuridade: conheça as causas e como evitá-la

Prematuridade: conheça as causas e como evitá-la
Postado em: 28 de junho Compartilhar Compartilhar

Dra. Gislayne Souza de Nieto

CRM: 10525 - RS

Pediatra e neonatologista pela SBP, Presidente do Departamento Científico de Neonatologia da SPP, coordenadora médica UTI neonatal do Hospital Brígida GNDI de Curitiba. Professora de medicina Universidade Positivo e coordenadora do programa de reanimação neonatal da SPP.

Você provavelmente já ouviu falar em prematuridade, mas você sabe o que é? Como ela acontece? Por que acontece e se tem como evitá-la?

Se as suas respostas forem “não”, você chegou no lugar certo!

Preparamos esse conteúdo exclusivo para você saber mais sobre a prematuridade e tirar algumas dúvidas que você talvez tenha. Fica por aqui que vamos ajudar você nessa jornada.

O que é prematuridade?

Todo bebê que nasce antes de completar 37 semanas de gestação é considerado um bebê prematuro. Isto significa que, por algum motivo, o nascimento ocorreu antes do tempo previsto para o desenvolvimento normal dentro do útero.1

São classificados em “prematuros extremos”, os que vieram ao mundo antes das 28 semanas de gestação e que têm maior chance de mortalidade e complicações. Os prematuros “intermediários ou moderados” que nascem entre 28 e 34 semanas são a maioria dos prematuros e os “prematuros tardios” que nascem entre 34 até 37 semanas. Podem ser maiores, porém também estão sujeitos a vários riscos.2

É comum a prematuridade acontecer?

O Brasil é o nono país no mundo com maior número de nascimentos prematuros. Aproximadamente 360 mil nascidos por ano são prematuros. Dados do Sistema Único de saúde (SUS) mostram que os números de prematuros no Brasil aumentaram nos últimos anos e que em 2021, 12,9% dos nascidos vivos foram prematuros.3,4,5

Quais os riscos de nascer prematuro?

A sobrevida dos prematuros aumentou muito nas últimas décadas graças à tecnologia e conhecimento da perinatalogia.

Quanto mais prematuro for o recém-nascido, maior é a chance de mortalidade e complicações, não só no internamento, mas também após a alta. O prematuro pode desenvolver problemas respiratórios, cardíacos, neurológicos e outros.

Por isso é muito importante conhecermos a probabilidade de uma gestação terminar em prematuridade e como fazer está prevenção.6

Quais são as causas da prematuridade?

Muitos dos casos de prematuridade não têm uma causa determinada, mas existem alguns fatores já conhecidos que podem levar a partos prematuros:7

  • Não ter acesso a pré-natal adequado;
  • Limites da idade materna;
  • Fetos múltiplos;
  • Doenças pré-existentes ou adquiridas na gestação (diabetes, hipertensão, obesidade, distúrbios de coagulação);
  • Infecções maternas (principalmente infecção urinária);
  • Engravidar novamente logo após ter um bebê;
  • Uso de drogas durante a gestação;
  • Fetos com síndromes ou malformações.

É possível prevenir a prematuridade?

Hoje vivemos um cenário diferente com a pandemia, mas manter o pré-natal adequado, com a realização dos exames solicitados e imunização da gestante são essenciais para a prevenção do parto prematuro.

A infecção com COVID-19 nas gestantes, por si só, já demonstrou fator de risco para trabalho de parto prematuro, ou seja, todo cuidado é pouco!8

A gestante deve estar atenta aqualquer sinal que leve a pensar que a gestação tem algum problema! Procurar um médico o quanto antes pode fazer a diferença na possibilidade de se evitar um parto prematuro, ou seja, “atrasar o nascimento do bebê”.

Sinais de alerta:9

  • Dor persistente nas costas, geralmente na região lombar;
  • Contrações frequentes ou cólicas similares às menstruais; 
  • Saída de fluido vaginal (perda de líquido amniótico);
  • Sintomas de gripe, tosse, náusea, vômito ou diarreia;
  • Aumento da pressão na pelve ou na vagina;
  • Aumento do corrimento vaginal;
  • Sangramento vaginal, mesmo que pequeno;
  • Aumento da pressão arterial;
  • Muito aumento de peso na gestação e inchaço;
  • Febre ou dor para urinar.


Hoje se fala muito em janelas de oportunidades para prevenção de problemas mesmo antes de se iniciar a gestação. O velho ditado de “prevenir é o melhor remédio” é verdadeiro para as grávidas!

Então ter uma vida saudável, já antes de engravidar, com uso de vitaminas, principalmente ácido fólico, evitar anemia, manter uma boa alimentação e exercícios regulares já aumenta a chance de iniciar uma gestação sem problemas.9,10

PRÉ NATAL ADEQUADO É A MELHOR PREVENÇÃO

Se já tive um bebê prematuro vai acontecer novamente?

O importante é saber qual a causa do problema que levou à prematuridade, procurar um serviço de alto risco, ter vínculo com o pré-natal de maneira muito rigorosa, saber se há encurtamento do colo uterino que necessite intervenção, uso de medicação ou hormônios como progesterona podem ser necessários e só o médico obstetra vai saber a indicação em cada caso.11,12

O médico obstetra é a melhor pessoa que pode ajudar você nesse momento, por isso, confie nele!

O FazBem Baby está aqui para ajudar você a tirar suas dúvidas e entender melhor o que pode acontecer ao longo da sua gestação e como você pode evitar.

Para ficar por dentro de mais conteúdos assim, é só acessar o nosso blog e aproveitar tudo que trazemos de novo para você!

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Referências:

  1. Liu L, Oza S, Hogan D, Chu Y, Perin J, Zhu J, et al. Global, regional, and national causes of under-5 mortality in 2000-15: an updated systematic analysis with implications for the Sustainable Development Goals. Lancet. 2016;388(10063):3027-35
  2. Blencowe H, Cousens S, Chou D, et al. Born Too Soon: The global epidemiology of 15 million preterm births. Reproductive Health. 2013;10 (Suppl 1):S2
  3. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Nascimento Prematuro. [S. l.], 19 fev. 2018. Disponível em: https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/preterm-birth. Acesso em: 1 fev. 2022.
  4. http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvuf.def
  5. Barros CF, Rabelo Neto DL, Villar J, Kennedy SH, Silveira MA, Diaz-Rossello JL, et al. Caesarean sections and the prevalence of preterm and early-term births in Brazil: secondary analyses of national birth registration. BMJ Open. 2018;8(8):e021538
  6. Castro MP, Rugolo LM, Margotto PR. Sobrevida e morbidade em prematuros com menos de 32 semanas de gestação na região central do Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2012 Maio; 34(5):235-42. Português. doi: 10.1590/s0100-720320120005000008. 22584859.
  7. Leal MC, Esteves-Pereira AP, Nakamura-Pereira M, Torres JA, Theme-Filha M, Domingues RMSM, et al. Prevalence and risk factors related to preterm birth in Brazil. Reprod Health. 2016;13(Suppl. 3):127
  8. Martinez-Perez O, Prats Rodriguez P, Muner Hernandez M, Encinas Pardilla MB, et all Grupo de Emergência Obstétrica Espanhola. A associação entre infecção sars-cov-2 e parto prematuro: estudo prospectivo com análise multivariável. BMC Gravidez Parto. 2021 Abr 1;21(1):273. doi: 10.1186/s12884-021-03742-4. PMID: 33794829; PMCID: PMC8016158.
  9. Estratégias de saúde pública para prevenir o nascimento prematuro | Grandes Rodadas de Saúde Pública | CDC https://www.cdc.gov/grand-rounds/pp/2015/20151116-preterm-birth.htm
  10. MAYO CLINIC. Trabalho de parto prematuro. [S. l.], 24 dez. 2019. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/preterm-labor/symptoms-causes/syc-20376842. Acesso em: 1 fev. 2022.
  11. Cheung, K.W., Seto, M.T.Y. & Ng, E.H.Y. Early universal use of oral progesterone for prevention of preterm births in singleton pregnancy (SINPRO study): protocol of a multicenter, randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Trials 121 (2020). https://doi.org/10.1186/s13063-020-4067-z
  12. Hendler, I.; CARP, H. Mildtrimestrer Loss: The role of cerclage and Pessaries. In: CARP, H (Eds). Recurrent Pregnancy Loss: Causes, controversies and Treatments. Boca Raton: Taylor & Francis Group, 2015. p. 313-324.
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