A relação entre cardiopatia congênita e bronquiolite
Todos os anos, aproximadamente 30 mil crianças brasileiras são diagnosticadas com algum tipo de cardiopatia congênita. Esse dado do Ministério da Saúde ainda explica que o problema se manifesta durante a gestação em 90% dos casos.1
A notícia boa é que, em muitas histórias, essa condição será corrigida naturalmente durante a gravidez ou até os 2 anos de idade.1
Mas não dá para marcar bobeira. Além de estarmos falando de um órgão vital, os problemas cardíacos são fatores de risco para outras doenças muito comuns na primeira infância, como a bronquiolite.1,2
Neste artigo, você vai entender melhor o que é cada diagnóstico, como eles se relacionam e as principais formas de prevenção. Vem com a gente!
O que é cardiopatia congênita?
Cardiopatia congênita é quando, durante o desenvolvimento do feto, surgem malformações no coração ou problemas no funcionamento do órgão.1
Geralmente, essa condição pode ser identificada ainda nos primeiros dias de vida por meio do Teste do Coraçãozinho – um dos exames que compõem a triagem neonatal oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).1
Quando esse teste é realizado entre as primeiras 24 e 48 horas após o parto, ele consegue apontar, caso haja, algumas cardiopatias graves e possibilitar o início do tratamento de forma precoce.1
Por isso, é tão importante manter esse cuidado com o pequeno em dia!
Acontece que, algumas vezes, essa doença pode apresentar seus primeiros sinais só mais tarde. E aí o acompanhamento com o pediatra pode fazer toda a diferença na hora de perceber os sintomas.1
Cardiopatia congênita é sempre grave?
Não é, não. Como a gente explicou lá no início, existem alguns cenários em que o próprio organismo do bebê consegue corrigir o problema sozinho. São os quadros classificados como leves.1
Mas há alguns outros que pedem cuidados especiais. Nesses casos, a classificação pode ser moderada ou grave e geralmente pede algum tipo de tratamento medicamentoso ou cirúrgico para evitar complicações.1
Seja como for, é preciso conversar com o médico e seguir as orientações do especialista. Já que, para além do risco de óbito, a cardiopatia congênita pode agravar doenças comuns na infância, como a bronquiolite.1,2
Vamos falar sobre ela!
O que é a bronquiolite?
A bronquiolite é diagnosticada quando há uma inflamação na parte final dos brônquios, os chamados bronquíolos – que fazem parte da estrutura do pulmão. Ela é mais comum nos bebês menores de 2 anos, principalmente durante o inverno.2
E são muitos os vírus que podem causar a doença:2
Mas o principal causador, sem dúvidas, é o vírus sincicial respiratório (VSR). Ele geralmente é transmitido por meio do contato com outras pessoas contaminadas ou com objetos que tenham resquícios de secreções.2
Leia mais: Saiba como proteger bebês do VSR
Quais são os sintomas da bronquiolite?
Os sinais de bronquiolite são bem conhecidos pela maioria das pessoas que já teve um resfriado: tosse, nariz entupido, coriza e chiado no peito.2
Normalmente, tudo isso some entre 3 e 15 dias com apoio, no máximo, de medicamentos para lidar com os sintomas. Vale conversar com o pediatra caso suspeite do quadro.2
Mas se o pequeno começa a apresentar dificuldade na respiração ou falta de ar, aí é preciso um olhar ainda mais atento.2
Isso pode ser sinal de que a doença está se agravando e de que talvez sejam necessários alguns procedimentos para manter a oxigenação do sangue em bom nível.2
Saiba mais: Período de sazonalidade do VSR, fique de olho!
Cardiopatia congênita: fator de risco para bronquiolite
Quando o bebê é diagnosticado com cardiopatia congênita e desenvolve bronquiolite, as chances dele ter o quadro mais grave da inflamação respiratória aumenta.2
Por isso, nesses casos, é importante não só investir nos cuidados preventivos (que são aqueles que muitos já conhecem: limpeza das mãos e evitar contato com pessoas doentes e locais aglomerados), mas também ter um acompanhamento médico mais próximo.2
Para saber mais sobre VSR e bronquiolite, clique aqui e dê uma olhada na nossa página dedicada ao assunto. Lá, você vai entender sobre os períodos de maior transmissão do vírus e quais são as principais formas de prevenção.
Dá pra prevenir a cardiopatia congênita?
Em 90% dos casos de cardiopatia congênita, o problema é desenvolvido durante a gestação e sem um fator de risco comprovado. Ou seja, não se sabe bem o que levou ao quadro.1
Mas isso não quer dizer que não há cuidados a serem tomados. Vale aqui as mesmas táticas usadas para prevenir outros tipos de malformações, que são as mamães evitarem o tabagismo e o uso de bebidas alcóolicas durante a gravidez, além de só usarem medicamentos com acompanhamento médico.1
E, caso a mulher tenha diabetes, histórico familiar de doença cardíaca, hipotireoidismo, hipertensão ou lúpus, é importante conversar com o profissional de saúde, já que esses cenários podem ser um fator de risco para o bebê.1
Se você gostou desse conteúdo, acompanhe o blog FazBem Baby e veja outros materiais informativos sobre saúde e bem-estar durante a primeira infância.
Referências:
1. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cardiopatia congênita afeta cerca de 30 mil crianças por ano no Brasil. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/novembro/cardiopatia-congenita-afeta-cerca-de-30-mil-criancas-por-ano-no-brasil. Acesso em: 17 mai 2024.
2. FIOCRUZ. Bronquiolite: conheça os sinais e saiba como tratar. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/bronquiolite-conheca-os-sinais-e-saiba-como-tratar. Acesso em: 17 maio de 2024.
BR-31979. Material destinado a todos os públicos. Junho/2024