O que é?
A displasia broncopulmonar é uma doença que costuma ocorrer em bebês prematuros e/ou com problemas pulmonares como infecções, acúmulo de líquidos, malformações pulmonares etc.1
Ela causa danos aos alvéolos – estruturas que ficam dentro dos pulmões responsáveis por absorver o oxigênio do ar inalado e liberar o dióxido de carbono – e seus vasos sanguíneos, dificultando a passagem do sangue pelos pulmões.1, 2
Os pulmões não estão completamente formados ao nascimento, especialmente em bebês prematuros. Assim, quanto menor o número de alvéolos ativos, mais tempo o bebê pode precisar permanecer no ventilador.1
Quando isso acontece, a ventilação mecânica pode causar uma inflamação pulmonar, que produz cicatrizes pulmonares e interfere no desenvolvimento normal dos pulmões. Essa lesão pulmonar pode trazer dificuldade para respirar, respiração acelerada e dependência de oxigênio, além de chiado no peito e tosse.1, 3
É importante destacar que, com o tratamento adequado, todos estes sintomas tendem a melhorar com o passar do tempo e com o crescimento pulmonar normal.
Sintomas
Os sintomas da displasia broncopulmonar podem variar dependendo da gravidade, mas os sintomas mais comuns são:4
· Respiração rápida
· Respiração difícil (puxando a parte inferior do tórax enquanto inspira)
· Chiado (um assobio suave quando o bebê expira)
· A necessidade de oxigenoterapia contínua após a idade gestacional de 36 semanas
· Dificuldade de alimentação
· Infecções pulmonares repetidas que podem exigir hospitalização
Todos esses sinais e sintomas podem indicar que o recém-nascido ainda precisa de oxigênio suplementar ou de um ventilador.
Quem está sujeito?
No geral, a displasia broncopulmonar afeta bebês que precisaram de tratamento com um ventilador para ajudar o ar entrar e sair dos pulmões, de oxigênio suplementar ou de ambos durante um longo período (superior a algumas semanas) após o nascimento.3
O grau de prematuridade também é um fator que coloca a criança em maior ou menor risco de desenvolver essa doença. A maior parte dos recém-nascidos que desenvolvem a displasia broncopulmonar nasce com mais de 10 semanas de antecedência, pesa menos de um quilo e tem problemas respiratórios. Depois de 32 semanas de gravidez, esse tipo de problema é mais raro.2
Diagnóstico
O diagnóstico da displasia broncopulmonar é feito nas crianças que apresentam dependência de oxigênio com 28 dias de vida. Geralmente, o diagnóstico é sustentado pelos resultados de uma radiografia do tórax.1, 3, 4
No caso de bebês muito prematuros, é utilizado o período de 36 semanas de idade gestacional corrigida para fazer este diagnóstico. Isso porque a dependência de oxigênio mais prolongada nesses bebês pode refletir apenas uma incapacidade de respirar adequadamente por problemas de força muscular, e não de uma doença pulmonar.1, 3, 4
Prevenção
A prevenção da displasia broncopulmonar começa ainda durante a gravidez. Quando possível, o prolongamento da gestação, mesmo que apenas por alguns dias, e a administração de corticosteroides à mãe para ajudar no amadurecimento mais rápido dos pulmões do bebê podem reduzir a gravidade da doença pulmonar no recém-nascido prematuro.1, 4
Nos casos em que o uso do ventilador ou de oxigênio for absolutamente necessária após o nascimento, o recomendado é que sejam usadas as menores configurações possíveis para evitar danos aos pulmões. Além disso, assim que for seguro, o recém-nascido deve ser “desmamado” do ventilador e do oxigênio.1, 4
Tratamento
O tratamento da displasia broncopulmonar é feito a partir do uso de oxigênio, medicamentos, prevenção de infecções e cuidados com a alimentação do bebê.
Uso de oxigênio
Quando o bebê está usando ventilação mecânica, o objetivo, geralmente, é atingir uma saturação de oxigênio entre 90 e 95%. A ideia é ir diminuindo a quantidade de oxigênio oferecido gradativamente para atingir estes valores. Isso porque o excesso de oxigênio suplementar nas primeiras semanas de vida pode resultar em danos ao organismo, principalmente para os olhos e pulmões.1
Com o diagnóstico de displasia broncopulmonar estabelecido, passa-se a oferecer o oxigênio para manter a saturação superior a 92%. Isso é essencial, já que uma oxigenação inadequada nessa fase pode resultar em problemas como desnutrição e hipertensão pulmonar.1
Medicamentos
Alguns tipos de medicamentos podem ser usados no caso dos bebês com displasia broncopulmonar. Consulte sempre seu médico para avaliar o tratamento, que pode variar de caso a caso.
Alimentação
O desenvolvimento do pulmão é essencial para melhorar o cansaço e a dependência do oxigênio, por isso, a nutrição é fundamental para que o bebê ganhe peso, cresça e mantenha o tecido pulmonar novo saudável.3
Outro ponto importante é a ingestão de líquidos, que pode ser limitada já que o pulmão inflamado tende a acumular líquido.3
Alguns bebês prematuros podem ter dificuldade na alimentação e apresentar problemas como doença do refluxo gastroesofágico, aumento do gasto de energia pelo cansaço, infecções etc. Por esse motivo, é muito importante conversar com o médico e entender a melhor abordagem para nutrir o bebê com displasia broncopulmonar de maneira adequada.3
Continuidade e Check-up
Se você está acompanhando um bebê com displasia broncopulmonar em tratamento, tenha paciência.
A melhora dos sintomas é lenta e gradual e pode depender muito do tratamento adequado e da ausência de complicações graves, como infecções respiratórias. A boa notícia é que a necessidade de uso de oxigênio suplementar desaparece lentamente e são raros os casos em que ultrapassa o primeiro ano de vida.6
A displasia broncopulmonar pode causar problemas pulmonares mais tarde porque os pulmões podem não se desenvolver normalmente. Por esse motivo, é altamente recomendado que bebês que passaram por isso façam check-ups regulares, tomem todas as vacinas recomendadas e consultem um pneumologista pediátrico pelo menos durante os primeiros anos de vida.1, 6
Depois da tão esperada alta do hospital, o bebê não deve ser exposto à fumaça de cigarro, vapores de aquecedores ou fogões a lenha. Na medida do possível, ele deve ser protegido da exposição a pessoas com infecções das vias aéreas.1, 3, 5, 6
Também é importante prestar atenção na vacinação. Para os bebês prematuros, o momento em que as vacinas devem ser administradas pode ser diferente, dependendo do tempo de gestação e peso da criança.6
Para as crianças broncodisplásicas é recomendada uma conversa com o seu médico, uma vez que existem outras patologias como o VSR que podem exigir outros tipos de tratamento de acordo com a sazonalidade da região e taxa de circulação do vírus.
Como os pais podem ajudar?
Veja algumas atitudes dos pais que podem ajudar muito no cuidado do bebê com displasia broncopulmonar:3
· Limitar as visitas de pessoas, especialmente se estiverem doentes.
· Lavar as mãos com frequência, especialmente antes de tocar no bebê.
· Escolher uma creche pequena, se necessário, para que haja menos exposição a crianças doentes.
· Certificar-se de que seu bebê receba todas as vacinas recomendadas.
· Manter seu filho longe da fumaça do tabaco, incluindo o fumo passivo.
Se o seu bebê receber oxigênio em casa, peça orientação para o médico de como operar o tubo e verificar os níveis de oxigênio.
Um bebê com problemas de crescimento pode precisar de uma fórmula com alto teor calórico. A alimentação com fórmula pode ser administrada isoladamente ou junto com a amamentação.3
Referências:
1-https://www.prematuridade.com/index.php/interna-post/displasia-broncopulmonar-8025
3-https://kidshealth.org/en/parents/bpd.html
BR-16797. Material destinado a todos os públicos. Março/2022