Com qual idade o bebê pode ir para a piscina?

Com qual idade o bebê pode ir para a piscina?
Postado em: 21 de dezembro Compartilhar Compartilhar

Prof. Dr. Charbell Miguel Haddad Kury 

Infectologista Pediátrico. Título de Especialista em Pediatria, Infectologia e Neonatologia pela SBP. Doutor e Mestre em Microbiologia e Parasitologia pela UFF. Membro do Departamento de Infectologia da SOPERJ. Professor Responsável de Bioquímica da Faculdade de Medicina de Campos-RJ. Responsável Técnico pelo CRIE do Norte Fluminense e da UTI Neonatal da Santa Casa de Macaé-RJ

O Brasil é um país de dimensões continentais, com um território que se estende por áreas tropicais e subtropicais. Este posicionamento global traz efeitos dentro da exposição solar em que pese a forte radiação que vem do sol, em especial os raios ultravioletas (R-UV).1 

Já é conhecida a relação diretamente proporcional entre a exposição aos R-UV e o risco de envelhecimento precoce da pele e desenvolvimento do câncer de pele.2 

Neste sentido, sabe-se que no Brasil há forte radiação R-UV mesmo no inverno, atingindo picos máximos no verão – período em que costumamos levar nossos filhos e filhas às praias e piscinas.3


Os fatores de riscos para os pequenos

As crianças possuem diversos fatores de risco ao se exporem ao sol em praias e piscinas. A maior questão se situa pelo tempo de exposição diária das crianças em relação aos adultos (três vezes maior), além da maior superfície corporal da criança em relação ao peso, bem como a pele mais fina que pode levar ao maior risco de lesão da pele e de absorção de produtos químicos.4 

Entretanto, o ato de ir à praia é diferente de tomar banho de mar. Não há uma idade mínima para o bebê ir à praia desde que esteja bem protegido do sol (ficando sempre à sombra) e fora do horário das 10h às 16h.2 

Deve-se recomendar cuidado pois a areia pode refletir o calor e ocorrerem queimaduras mesmo à sombra.2  


Checklist de cuidados com os bebês em praias e piscinas

Quando se fala sobre banho de piscina e de mar, a recomendação é que seja respeitada a idade de 6 meses, por diversas razões, a saber:2,5

  • O formato das orelhas dos bebês sofre mudanças após 6 meses quando o formato deixa de ser reto e suscetível à entrada de água, para o formato mais parecido com os adultos, encurvado e menos propenso ao acúmulo de água e consequentemente infecções de ouvido (otites). 
  • A pele dos bebês mais novos é extremamente fina e não são recomendados filtros solares químicos abaixo de 6 meses por chance de queimaduras severas. Isso se dá pela camada de epiderme mais fina e estrato córneo menos denso, o que determina, além da maior chance de lesão, a chance de absorção de produtos químicos e potencialmente tóxicos.  
  • Para bebês e crianças pequenas, pela maior área exposta da pele à queimadura comparada aos adultos, recomenda-se evitar exposição direta ao sol. Devemos recomendar medidas de proteção solar, tais como roupas UV, que podem possuir Fator de Proteção Solar (FPS) de até 50. Além disso, sugere-se bonés e sombrinhas. 
  • Em relação às piscinas com cloro, checar a presença de olhos irritados e vermelhos nos bebês. Entretanto, a natação já é recomendada a partir de 6 meses.


Algumas dicas importantes para frequentar a praia e piscina:2,5

  • Estabelecer horário do “sol amigo”, evitando-se o horário entre 10h e 16h. 
  • Evitar permanecer na praia ou piscina por mais de 1 hora e meia, respeitando os horários do bebê.
  • Bebês que são amamentados exclusivamente até os 6 meses não precisam de líquidos adicionais. Entretanto, crianças acima desta idade devem consumir água, água de coco e alimentos leves na praia. 
  • Usar na praia e piscina medidas de proteção tais como guarda-sóis, óculos, chapéu, boné, lenços, hidratante e roupas UV. 
  • O uso de filtros solares acima de 6 meses a menores de 2 anos é recomendado, dando-se preferência a protetores inorgânicos (ex: óxido de zinco) pela maior capacidade de resistência à água e menores chances de alergia. 


Referências bibliográficas: 

1- SLINEY DH, INTERNATIONAL COMMISSION ON I. Radiometric quantities and units used in photobiology and photochemistry: recommendations of the Commission Internationale de L'Eclairage (International Commission on Illumination). Photochem Photobiol. 2007;83(2):425-32.

2- SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Guia: Sol na medida Certa. 2017. Disponível em https://www.sbp.com.br/cuidados-com-a-pele/. Acesso em: 06 nov 2023.

3- JULIAN E, PALESTRO AM, THOMAS JA. Pediatric Sunscreen and Sun Safety Guidelines. Clin Pediatra. 2015;54(12):1133-40.

4- WESSON KM, SILVERBERG NB. Sun protection education in the United States: what we know and what needs to be taught. Cutis. 2003;71(1):71-4, 7.

5- SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Guia de Fotoproteção na criança e adolescente. 2017. Disponível em https://www.sbp.com.br/cuidados-com-a-pele/ Acesso em: 06 nov 2023.

BR-26847. Material destinado para todos os públicos. Dez/23.


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